Marcelo F. Di Carli / Raymond Y. Kwong / Scott D. Solomon

Paciente do sexo feminino com 60 anos de idade se apresentou com dor torácica intermitente com 3 dias de duração, mas já se encontrava sem dor no momento do exame no setor de emergência. O eletrocardiograma na admissão revelou inversão de onda T na derivação precordial anterior, mas as enzimas cardíacas estavam normais. A ressonância magnética cardíaca em repouso revelou uma grande área anterosseptal de hipocinesia (imagem à esquerda, região de hipocinesia assinalada pelas setas vermelhas) compatível com a grande falha de perfusão no exame em repouso (imagem central, falha de perfusão assinalada pelas setas azuis). Entretanto, a imagem com realce tardio de gadolínio (imagem à direita) não revela qualquer padrão de realce que indique infarto da parede anterosseptal, o que sugere que a parede anterosseptal hipocontrátil e hipoperfundida é viável. A angiografia da coronária realizada em regime de urgência demonstrou trombo agudo no segmento médio da artéria coronária descendente anterior esquerda, com indicação de stent. Esse caso é um exemplo de síndrome coronariana aguda da parede anterosseptal com miocárdio hibernante, mas viável. Na reavaliação realizada 6 meses mais tarde, verificou-se que a parede anterosseptal recuperou a função contrátil.