Prefácio

O Ano Internacional dos Enfermeiros e das Parteiras teve início com uma luta contra a Covid-19. Os agradecimentos aos profissionais que atendem esses pacientes não são o bastante – muitas vezes atendendo em situações em que não há equipamentos de proteção. Enquanto escrevo, essa doença ainda está impactando o mundo inteiro. Espero que, quando você for ler este texto, tratamentos eficazes e medidas preventivas já tenham surgido e estejam disponíveis a todos.
Há algum tempo, um enfermeiro na linha de frente de combate perguntou-me qual diagnóstico de enfermagem deveríamos utilizar para pacientes com Covid-19. Essa pergunta me fez lembrar da necessidade de continuamente enfatizar o que significa um diagnóstico de enfermagem. O mais importante é lembrar que pacientes com um mesmo diagnóstico médico não precisam apresentar as mesmas repostas humanas (diagnósticos de enfermagem). Da mesma forma, pacientes com o mesmo genótipo de infecção pelo coronavírus não precisam apresentar as mesmas respostas humanas. Por esse motivo, antes de oferecer o atendimento adequado a cada paciente, os enfermeiros precisam fazer uma avaliação de enfermagem, identificando as respostas singulares de cada paciente (diagnósticos de enfermagem). Mesmo em períodos como o que enfrentamos atualmente, os enfermeiros precisam identificar o que nós diagnosticamos e tratamos de forma independente nos pacientes e em suas famílias, o que é diferente dos diagnósticos médicos. Se os enfermeiros documentarem corretamente os diagnósticos de enfermagem dos pacientes com Covid-19 e de seus familiares, no futuro próximo seremos capazes de identificar elementos comuns e diferenças em suas respostas humanas, a partir de uma perspectiva internacional.
Nesta versão 2021-2023, a 12ª edição, a classificação apresenta 267 diagnósticos, incluindo diagnósticos novos. Todos os diagnósticos de enfermagem são produto do trabalho de um ou mais de nossos diversos voluntários da NANDA International (NANDA-I), e a maioria deles tem uma base de evidências definida. Os diagnósticos novos foram revisados e refinados pelos membros do nosso Comitê de Desenvolvimento de Diagnósticos (DDC, Diagnosis Development Committee) e por especialistas no conteúdo antes da aprovação pelo DDC. Essa aprovação não significa que o diagnóstico está “finalizado” ou “pronto para uso” em todos os países ou áreas de atuação. Sabemos que a prática e a regulação da enfermagem variam de acordo com a região. Esperamos que a publicação desses novos diagnósticos facilite a realização de mais estudos de validação em partes diferentes do mundo, para que se alcance um nível mais alto de evidências.
Apreciamos muito o envio de novos diagnósticos de enfermagem. Ao mesmo tempo, há uma grande necessidade de revisar os diagnósticos existentes de modo a refletirem as evidências mais recentes. Na 11ª edição, identificamos cerca de 90 diagnósticos sem um nível de evidência (LOE, level of evidence) definido ou que precisavam de importantes atualizações. Graças à colaboração de muitos voluntários, a maioria dos quais possui publicações sobre o assunto foco do diagnóstico, a maior parte dos diagnósticos foi revisada e agora atende aos nossos critérios de LOE. Porém, não conseguimos concluir todas as revisões, e 32 diagnósticos ainda não têm um LOE identificado. Nossa intenção é revisar ou retirar os diagnósticos restantes até a próxima edição. Encorajamos fortemente todos os estudantes e pesquisadores a enviarem à NANDA-I seus resultados de pesquisas relacionadas aos diagnósticos de enfermagem, para que seja aperfeiçoada a base de evidências da terminologia.
A terminologia da NANDA-I é traduzida para mais de 20 idiomas. A tarefa de traduzir termos abstratos do inglês para esses idiomas às vezes é frustrante. Por isso, durante este ciclo, decidimos incorporar termos padronizados da United States National Library of Medicine, a Medical Subject Headings (MeSH), para facilitar a tradução. Identificar os termos MeSH, quando for o caso, disponibilizados em nossos indicadores diagnósticos, oferece definições padronizadas para os termos, o que, acreditamos, facilitará o trabalho dos tradutores.
Os anos desde a edição anterior foram os primeiros de uma parceria que esperamos ser duradoura com nosso parceiro acadêmico, o Boston College (BC) e a Connell School of Nursing. Sob direção da Dra. Dorothy Jones, foi estabelecido o Marjory Gordon Program for Knowledge Development and Clinical Reasoning (Programa Marjory Gordon para Desenvolvimento de Conhecimentos e Raciocínio Clínico). Tivemos nossa primeira conferência no BC em 2018, e havíamos planejado a segunda para 2020, a qual infelizmente foi cancelada em razão do impacto da Covid-19. Entretanto, um módulo educacional online foi instituído como forma de trabalho conjunto entre o BC e a NANDA-I, no qual
foram incluídos vários acadêmicos de pós-doutorado de outros países (Brasil, Itália, Espanha, Nigéria), e nossa colaboração ainda está em andamento. Esperamos ansiosamente por mais conferências, oportunidades educacionais, bolsas de estudo para pós-doutorado e oportunidades futuras resultantes dessa parceria com o BC. Gostaria de agradecer imensamente à Dra. Jones, à Reitora Susan Gennaro e ao Reitor associado Christopher Grillo pela colaboração, espírito de equipe e dedicação para transformar essa parceria em realidade.
Agradeço a todos os voluntários, membros de comitês, presidentes e membros da Mesa de Diretores da NANDA-I pelo seu tempo, comprometimento, dedicação e apoio contínuo. Agradeço também aos inúmeros especialistas em conteúdo que, embora não sejam membros da NANDA International, contribuíram por horas incontáveis para a análise e a revisão dos diagnósticos em sua especialidade. A equipe da NANDA-I, liderada por sua Diretora Executiva, Dra. T. Heather Herdman, deve ser elogiada por seus esforços e apoio. Meus agradecimentos especiais aos membros do DDC e do Expert Clinical Advisory Panel por sua dedicação notável e oportuna na revisão e edição da terminologia apresentada neste livro e, em particular, pela liderança de nossa nova Diretora do DDC, a Dra. Camila Takáo Lopes, que iniciou nessa função em 2019.
Com representantes na América do Norte e do Sul, bem como na Europa, esse notável comitê é a verdadeira força motora por trás do conteúdo da NANDA-I. Estou muito impressionada e agradecida pelo trabalho detalhado e esplêndido desses voluntários neste ciclo, e estou certa de que vocês também se sentirão assim. Sinto-me honrada e privilegiada por ser Presidente desta associação dedicada de enfermeiros internacionais, e espero ansiosamente para descobrir onde o futuro levará nosso trabalho.

Shigemi Kamitsuru, PhD, RN, FNI
Presidente, NANDA International, Inc.

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